You are not connected to the internet and now in offline mode. Only pages or articles you visited while connected will be available.

Get notified when a new tutorial is published!

Basic Sciences

Tutorial 10

Tutorial De Anestesia Da Semana Absorvedores De Gás Carbônico

Dr. Tiago Gomes Búrigo

Hospital Governador Celso Ramos, Brasil.

Correspondência para sba@sba.com.br

12TH OCTOBER 2007

AUTO-AVALIAÇÃO

Assinale verdadeiro (V) ou falso (F) antes de cada afirmativa:

  1. O maior componente da cal sodada é:
    1. ( ) Hidróxido de sódio
    2. ( ) Cloreto de cálcio
    3. ( ) Hidróxido de cálcio
    4. ( ) Água
    5. ( ) Hidróxido de potássio
  2. Anestésico inalatório que em reação com o absorvedor pode produzir fogo:
    1. ( ) Sevoflurano
    2. ( ) Enflurano
    3. ( ) Isoflurano
    4. ( ) Desflurano
    5. ( ) Halotano
  3. Sinais clínicos de que a capacidade absortiva da cal sodada esgotou-se:
    1. ( ) Taquicardia
    2. ( ) Hipertensão
    3. ( ) Aumento de atividade parasimpática
    4. ( ) Acidose metabólica
    5. ( ) Aumento do sangramento
  4. A formação de monóxido de carbono resultante da interação dos anestésicos inalatórios com o material absorvente:
    1. ( ) É maior com o halotano
    2. ( ) Ocorre devido ao ressecamento do material
    3. ( ) Pode interferir com a oximetria de pulso
    4. ( ) Baixo fluxo de gás diminui a formação
    5. ( ) Alta temperatura aumenta a formação
  5. Aumentam a formação de composto A:
    1. ( ) Baixo fluxo de gás
    2. ( ) Cal sodada
    3. ( ) Circuito fechado
    4. ( ) Halotano
    5. ( ) Alta temperatura do absorvedor

SUMÁRIO

Introdução

Tipos de absorvedores

Reações químicas

Capacidade absortiva

Interações com os anestésicos inalatórios

Referências

INTRODUÇÃO

Quando utilizamos circuitos de respiração fechados ou semi-fechados em anestesia, temos que utilizar algum sistema que absorva o gás carbônico que é gerado.

Temos algumas características que são tidas como ideais para os absorvedores de CO2:

  • Pouca reatividade com os agentes inalatórios.
  • Baixa toxicidade.
  • Baixa resistência ao fluxo de ar.
  • Baixo custo.
  • Fácil manuseio.
  • Absorção eficiente.

TIPOS DE ABSORVEDORES

Temos 3 tipos principais que são: cal sodada, cal baritada, cal de hidróxido de cálcio.

Cal sodada:

Tem como composição:

  • 80% de hidróxido de cálcio.
  • 15% de água.
  • 4% de hidróxido de sódio
  • 1% de hidróxido de potássio, como ativador

Tamanho granular da cal sodada e da baritada deve estar entre 4 e 8 Mesh, pois assim temos uma área absortiva e uma resistência ao fluxo otimizadas.

Cal baritada:

Em sua composição temos:

  • 20% de hidróxido de bário.
  • 80% de hidróxido de cálcio.

Esse tipo de absorvedor está em desuso pois é o mais relacionado a problemas, entre eles produção de fogo nos sistemas de respiração em reação com o sevoflurano.

Cal de hidróxido de cálcio:

Em sua composição encontramos:

  • Hidróxido de cálcio.
  •  Cloreto de cálcio.

Tem como vantagens em relação as outras duas:

  • Não tem produção de monóxido de carbono.
  • Não tem produção de composto A

Tem como desvantagens:

  • Menor capacidade de absorção, sendo cerca de 50% menor.
  •  Custo maior.

REAÇÕES QUÍMICAS:

A absorção de dióxido de carbono pelos absorvedores é uma reação química.

Cal sodada:

O CO₂ une-se a água e forma ácido carbônico, que reage com os hidróxidos e forma carbonato de sódio ou de potássio e água. O hidróxido de cálcio reage com o carbonato para formar carbonato de cálcio e hidróxido de sódio ou de potássio. As seguintes equações representam o processo:

CO₂ + H₂O DD H₂CO₃

H₂CO₃ + 2NaOH(KOH) DD Na₂CO₃(K₂CO3) + 2H₂O + calor

Na₂CO₃(K₂CO₃) + Ca(OH)₂ DD CaCO₃ + 2NaOH(KOH).

CAPACIDADE ABSORTIVA:

A capacidade absortiva máxima é de 26 litros de CO₂ por 100 gramas de substância absorvente, isso para a cal sodada. Porém, podemos ter a formação de canais entre os grânulos, onde os gases passam sem serem filtrados e isso diminui a capacidade de absorção.

Já a capacidade absortiva da cal de hidróxido de cálcio é menor, sendo de 10.2 litros por cada 100 gramas.

Indicadores da integridade do absorvedor:

Para checar a integridade do absorvedor, é adicionado um corante, o qual muda a cor do absorvedor quando é atingido um pH crítico. Violeta de etila é adicionado tanto na cal sodada, quanto na baritada. Quando a cal já está no seu limite de absorção, o pH dela fica abaixo de 10.3 e então a cor da cal muda de branca para violeta porque ocorre desidratação, o que indica que a sua capacidade absortiva está esgotada. Podemos também ter alguns sinais clínicos de que a capacidade absortiva acabou:

  • Aumento da frequência respiratória, se não estiver sido utilizado relaxante muscular.
  • Aumento, inicialmente, da pressão arterial e da frequência cardíaca e posteriormente decréscimo das duas.
  • Aumento do drive simpático e com isso podemos ter: sudorese, taquiarritmia, estado hipermetabólico.
  • Acidose respiratória.
  • Aumento do sangramento causado pela hipertensão que pode ocorrer.

Tomar cuidado, pois se ficar por um tempo ser ser utilizada, a cal que estava violeta pode voltar a ficar branca, porém a sua capacidade absortiva está esgotada.

INTERAÇÕES COM OS ANESTÉSICOS INALATÓRIOS:

O sevoflurano, em interação com o absorvedor, pode gerar um produto chamado de composto A, que pode ser nefrotóxico. Temos alguns fatores que podem aumentar a produção desse composto, que são: ▪ Baixo fluxo ou circuito fechado.

  • Baixo fluxo ou circuito fechado.
  • Uso de cal baritada.
  • Altas concentrações de sevoflurano no circuito.
  • Alta temperatura do absorvedor.

Proveniente da interação dos inalatórios com o absorvedor, podemos ter a formação de monóxido de carbono. Em alguns casos pode-se atingir um nível de carboxihemoglobina de 35% ou mais. Isso também pode interferir com a monitorização da oximetria de pulso. Fatores que ressecam o absorvedor e que causam maior propensão a formação de monóxido de carbono são:

  • Contato prolongado entre absorvedor e anestésicos.
  • Depois do desuso do absorvedor, especialmente se igual ou maior a 2 dias (tomar cuidado quando o aparelho de anestesia fica desligado no final de semana e é utilizado sem ser trocada a cal na segunda-feira).

Outros fatores que podem causar aumento do monóxido de carbono e elevar o nível sanguíneo de carboxihemoglobina são:

  • O tipo de anestésico inalatório utilizado, sendo em ordem decrescente os que mais podem produzir: desflurano, enflurano, isoflurano, halotano = sevoflurano.
  • O tipo de material utilizado como absorvedor, sendo a cal baritada a que mais produz.
  • Aumento da temperatura aumenta a produção.
  • Concentrações mais altas de anestésicos.
  • Baixas taxas de fluxo de gás fresco.

O sevoflurano, como citado antes, em reação com a cal pode produzir fogo e isso pode ocorrer com maior facilidade se utilizado a cal baritada.

REFERÊNCIAS

  1. Riutort TK, Brockwell RC, Brull SJ, Andrews JJ – The Anesthesia Workstation and Delivery Systems, th em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, Cahalan MK, Stock MC – Clinical Anesthesia, 6 ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2009; 644-694.
  2. Brockwell RC, Andrews JJ – Inhaled Anesthetic Delivery, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, Wiener-Kronish JP, Young WL – Miller’s Anesthesia, 7th Ed, Philadelphia, 2010; 667-718.

RESPOSTAS DA AUTO-AVALIAÇÃO

    1. F
    2. F
    3. V
    4. F
    5. F
    1. V
    2. F
    3. F
    4. F
    5. F
    1. V
    2. V
    3. F
    4. F
    5. V
    1. F
    2. V
    3. V
    4. F
    5. V
    1. V
    2. F
    3. V
    4. F
    5. V
Tutorial Outline